Estava eu em Goiás,início da década de 1980, num chatíssimo Congresso de Microbiologia quando dois colegas me chamaram: " ...quer conhecer Goiás Velho? Lá é lindo e tem uma doceira maravilhosa". Eu topei na hora e fomos. Em dado momento paramos em frente a uma casa antiga, linda, florida e um de meus colegas lá de Goiás disse: "...aqui vive a maior doceira do Brasil...e poetisa". Aí "minha ficha caiu" e entendi: era a casa de Dona Ana Lins dos Guimarães Peixoto Brêtas, a poetisa Cora Coralina. Perguntei se podíamos conhecê-la.Chamamos no portão e veio uma gentil senhora.Apresentamo-nos e ela nos convidou a entrar. Aguardamos um pouco...três minutos depois nos chamou para uma salinha contígua à sala-de-estar onde Cora Coralina, ajudada pela amiga e com muletas tentava se levantar com muita dificuldade.De pronto, dissemos quase em coro: "...senhora, não se levante...", ao que ela,também de pronto, respondeu: "...OS SENHORES SÃO PROFESSORES E A ÚNICA FORMA DE SE RECEBER UM PROFESSOR É FICANDO DE PÉ..." e completou mais tarde: "...FELIZ AQUELE QUE TRANSFERE O QUE SABE E APRENDE O QUE ENSINA...".
Morreu poucos anos depois, em 1985, dizendo-se mais doceira do que poetisa. Eu e minhas lembranças...estou ficando velho mesmo! Fazer o quê? Afinal, ainda não inventaram outro jeito de se viver mais!
MAS É TAMBÉM DE PÉ (E TAMBÉM COM ALGUMA DIFICULDADE), MAS COM MUITA HONESTIDADE, QUE NESTE DIA , PARABENIZO A TODOS OS COLEGAS, EM ATIVIDADE E APOSENTADOS, E EM PARTICULAR AQUELES MAIS JOVENS QUE INICIAM, OU INICIARAM, SUAS CARREIRAS DE MAGISTÉRIO NO COLÉGIO PEDRO II.
A TODOS, MUITO SUCESSO, SAÚDE, PROSPERIDADE E MUITA PAZ !
Um grande abraço.
Prof. Haroldo Lemos.
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