segunda-feira, 19 de setembro de 2011

A GREVE NÃO TERMINARÁ NA SEMANA QUE INICIA HOJE !

GREVE: ERREI TODAS AS MINHAS ESPERANÇOSAS  PREVISÕES, ATÉ O MOMENTO, MAS NÃO AS ANÁLISES...É O QUE SEGUE ABAIXO.

   Entrar em greve é mais fácil do que sair, todo mundo sabe disso. De fato, quando temos diversas entidades representativas envolvidas num processo de negociações políticas--caso de uma greve, p.ex.—a coisa toda se transforma num formidável jogo de xadrez, fato que para alguns chega a ser até estimulante do ponto de vista psicológico, mas que traz inequívocos prejuízos aos recebedores dos serviços.

   E são estes prejuízos que, em princípio, devem (ou deveriam) forçar o patrão (dona Dilma, no caso) a negociar através de seus prepostos. Nesse caso são: o ministro da Educação (MEC), Dr. Fernando Haddad e a ministra de Planejamento Orçamento e Gestão, Dra. Miriam Belchior que, por sua vez, tem falado através de seu secretário de Recursos Humanos, Dr. Duvanier Paiva Ferreira.

PARA ENTENDER MELHOR

   A pauta de reivindicações é vastíssima, o que, em meu humilde entendimento, dificulta muito a reunião de todos os interesses de professores e funcionários. As vezes coincidem , outras vezes, não. Contudo, nos pontos em que há consenso essa unificação fica óbvia. Cito apenas um e gravíssimo: o perigo que significam os Projetos de Lei (PL) que estão no Congresso Nacional e que podem resultar em congelamento de salários por até 10 anos, a exemplo do que fez o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Ele os congelou durante os oito anos de seus dois mandatos e Lula prosseguiu o congelamento por mais dois anos, totalizando dez.

De certo, houve perdas nas recomposições salariais que se seguiram e que são agravadas, agora, pela inflação crescente.


 QUEM FALA POR NÓS junto ao governo são as entidades representativas. E quem são elas?

No âmbito do CPII: a Associação de Docentes do Colégio Pedro II (ADCPII) e o Sindicato dos Servidores do Colégio Pedro II (SINDSCOPE), cuja maior parte de associados é composta de servidores administrativos.


   Em âmbito nacional os “atores” são: Federação de Sindicatos de Trabalhadores das Universidades Brasileiras (FASUBRA), Sindicado Nacional de Docentes de Ensino Superior (ANDES-SN), Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (SINASEFE), Associação Nacional dos Dirigentes de Instituições de Ensino Superior (ANDIFES), Fórum de Professores das Instituições Federais de Ensino Superior (PROIFES), Central Única de Trabalhadores (CUT), Federação dos Sindicatos de Trabalhadores das Universidades Brasileiras (FASUBRA) e, "last, but not least", a Central Sindical e Popular (CONLUTAS).

QUEM ESTÁ DO LADO DO GOVERNO DILMA NESTA GREVE? 

R: ANDES, PROIFES  e CUT.

QUEM ESTÁ A FAVOR DOS GREVISTAS?

R: SINASEFE, FASUBRA e CONLUTAS

OBS: há algumas dissidências em todas essas entidades, o que faz parte do jogo democrático.

O QUE SE TEM HOJE, DE FATO?

   Só nas últimas duas semanas é que se conseguiu avançar, de facto, junto ao Poder Executivo, leia-se dona Dilma, que, a princípio, sequer enviava seus prepostos de primeiro escalão, isto é, os ministros envolvidos, para dialogar. Logo, não faria sentido recuar nesse momento.

CONCLUSÃO:  A GREVE NÃO TERMINARÁ NA SEMANA QUE INICIA HOJE !


   OBSERVAÇÃO IMPORTANTE.

Em todo movimento político há que se ter sensibilidade para o momento de deflagração do mesmo. No presente caso, houve entendimento geral que ESTE é o momento, haja vista o cenário político que está mais ou menos assim: Dona Dilma - tem maioria no Congresso e no Supremo Tribunal Federal (Lula indicou oito ministros para o STF e dona Dilma está em vias de indicar mais um, para a vaga da Ministra Helen Gracie...no total, eles são onze!....façam as contas!); Dr. Fernando Haddad concorrerá, ano que vem, à Prefeitura da Cidade de São Paulo.

   A Advocacia Geral da União (AGU), quer dizer, os advogados do governo, correm em paralelo tentando obter o corte do ponto dos grevistas como forma de pressão. Jogo sujíssimo, mas o fazem ex officio (por obrigação do serviço).

   Então, "a hora é esta!", segundo os líderes do movimento.

   Com muita preocupação, subscrevo-me,

   Em 19 de setembro de 2011.

   Prof. Dr. Haroldo Nobre lemos.