quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

SÉRGIO CABRAL, AS MILÍCIAS E O TRÁFICO DE ENTORPECENTES.


Sei que não é comum fazer-se transcrições inteiras de textos de outrem, mas, na presente postagem tal se justifica pelo simples fato de ser de autoria do imbatível e infalível jornalista Hélio Fernandes da Tribuna da Imprensa. Para os mais jovens, aproveitando seu gosto pelas consultas ao "oráculo" de São Google, sugiro que pesquisem, ou, por outra, corram os olhos, sobre a biografia riquíssima deste corajoso jornalista (sem comparação...e que me perdoe o Sr. Dines), cujo jornal que comandou durante décadas, fundado por Carlos Lacerda, fechou há alguns meses. Na verdade, "foi fechado" por um comportamento inoperante e suspeitíssimo do poder judiciário brasileiro (as minúsculas são propositais). O mesmo PODER judiciário que é ágil e hábil em favorecer banqueiros imundos, corruptos e corruptores...e em perseguir os juízes sérios que os condenam.
A matéria a seguir foi publicada na Tribuna da Imprensa ("on line") cuja leitura diária, além de não me furtar, me obrigo e recomendo a todos os que pretendam entender as mazelas de nossas Terras de Santa Maria.É tema importantíssimo, explanado com os detalhes que a "mídia pré-paga" (os jornalões) omite e distorce de acordo com as vantagens, favores e pecúnias que recebe.É o que segue:

TRIBUNA DA IMPRENSA

terça-feira, 29 de dezembro de 2009 | 07:00

Sérgio Cabral fez acordo com as milícias para garantirem a segurança do Panamericano. Agora se acerta com os “barões da droga”, e retumba: “AS FAVELAS LIVRES DA DROGA”

Existem favelas em muitos países, os mais diversos. A primeira vez que fui à Venezuela, em plena ditadura militar, aqui estávamos com ditadura civil, ou seja a de Vargas, (é tudo igual) fiquei impressionado. Você desce em Caracas num aeroporto redondo e assustador, (como só veria depois em Fernando de Noronha), mas a visão mais impressionante é da enormidade das favelas.
Depois, em outras viagens, principalmente Jamaica, Haiti, Panamá, essas favelas estavam sempre presentes e os governos consideravam e acreditavam: “Não há solução”. Parecia que não havia mesmo, tanto que a rotina passou a identificar os morros e as favelas, como “PODER PARALELO”. Na verdade, governadores e prefeitos incompetentes, imprudentes, incapazes é que deveriam merecer a identificação de PODERES PARALELOS.

Nos anos 70/80 com a chegada da droga, aí a situação se complicou por duas fontes ou vertentes. 1 – A montanha de dinheiro que circulava, elevando os traficantes à condição de superpotências. 2 – Quem paga quer obediência, vassalagem e subserviência. E como os bandidos pagam muito melhor do que os governos, se tornaram donos de tudo.

Não se pode exigir daqueles que ganham salários miseráveis, que se mantenham éticos e corretos combatendo de forma inferior, sem saber se voltam para casa. Nem é corrupção, corrupto é o governante que EXIGE fidelidade e correção, enquanto aumentam desmesuradamente, desmedidamente, desumanamente, suas contas bancárias, à prova de sigilo, fiscalização ou verificação.

Só que hoje, com 2009 acabando, e praticamente entrando no ano eleitoral e presumivelmente sucessório de 2010, queremos desvendar a realidade que ainda persiste nas favelas e desmentir autoridades e jornalões, que contam ao cidadão-contribuinte-eleitor uma história mentirosa, enganadora, distante, mas muito distante mesmo, do que continua acontecendo.

No Dia de Natal, O Globo publicou com estardalhaço e sem o menor respeito pela investigação, matéria a respeito da “modernização” das favelas, e da eficiência da nova ordem. Título: “ESTÁ TUDO DOMINADO”.
E no subtítulo, aproveitando para mistificar mais ainda. Textual no jornalão: “Todas as favelas da Zona Sul estão sob controle da Polícia e livres dos traficantes e da criminalidade”.

Apesar da preocupação elitista de acabar (?) primeiro com as favelas da Zona Sul, está tudo errado. Não existe o mínimo de correção na afirmação, como mostraremos a seguir.

Primeiro, porque ainda faltam diversas favelas na Zona Sul que nem foram tocadas, e isso ficou demonstrado pelo próprio O Globo, que poucos dias depois noticiou a “ocupação” das favelas dos Tabajaras e dos Cabritos (ambas na Zona Sul) pelo Bope. Outras comunidades da Zona Sul, como Cerro Corá, Pereirão, Morro Azul , Júlio Ottoni (Rua Alice) e Gávea, por exemplo, continuam desprezadas pelas autoridades “ocupativas”.

Segundo, porque não é verdade que o tráfico tenha sido interrompido nas favelas da Zona Sul que já estão supostamente sob controle da PM. O que existe é um inaceitável, inacreditável e inviável acordo com os traficantes, consumado pelo próprio governador Sérgio Cabral Filho.

Quando houve a recente “ocupação” dos morros do Cantagalo e Pavão-Pavãozinho, Cabral veio a público para informar que tinha dado “um prazo de 48 horas” para os traficantes saírem dessas favelas. E eles teriam saído. Será?

Na verdade, o governador, que já fizera acordo com milícias e tem experiência no ramo, apenas combinou com os traficantes que eles continuassem a operar, mas sem estardalhaço, sem aparentarem dominar os morros, sem afrontar os policiais que passariam a circular por lá, e sem incomodar os moradores.

Os traficantes, agradecidos pelo salvo-conduto oficial e pela “legalização” de suas atividades, logo aceitaram, porque fica muito mais barato para eles, que não tem que seguir gastando dinheiro para manter as legiões de jovens “soldados do tráfico” nem com mais armas e munição.

Se o tráfico tivesse realmente parado nas favelas que estão “ocupadas”, haveria engarrafamento de drogados no Cerro Corá, no Pereirão, Morro Azul e outros pontos permanentes de tráfico. E isso não está acontecendo, como até os paralelepípedos das ladeiras sabem muito bem.

Os traficantes estão às gargalhadas com as trapalhadas do governador e do prefeito. Como já dominavam a tecnologia do celular, comandando tudo de dentro de penitenciárias a centenas de quilômetros de distância, avançaram nesse setor.
Como provavelmente o Serviço de Inteligência não informou ao governador ou ao prefeito, vou fazer a revelação: os traficantes já experientes com o sistema GPS, continuam roubando carros, imprescindíveis. Usam principalmente o Estácio, Rio Comprido, e saída da Linha Amarela ou perto da Maré.
Ao roubar o carro, mandam o motorista sair do veículo, perguntam: “Tem GPS?”. Se a resposta é afirmativa, dão um tiro na cabeça do motorista, incendeiam o carro. Se a resposta é negativa, mandam o motorista ir embora e ficam com o carro.
* * *
PS – Para terminar e como tem tudo a ver: o prefeito telefonou para Lula, “desejando bom Natal e Ano Novo”. Esqueceu que já chamou o presidente de “chefe de gangue”. Lula “generoso”, aceitou os cumprimentos.
PS2 – Desculpem, não consegui saber se Cabral telefonou. Mas é lógico que falou e prometeu subir de costas os 365 degraus da igreja da Penha, se Lula atendesse. Vai subir.
(os negritos são meus).


E um feliz 2011 a todos...já que 2010 já está aí e nada, absolutamente nada, mudou!

Rio de Janeiro, 30 de dezembro de 2009.

Prof. Haroldo Lemos.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

O Professor Haroldo e o Pedro II


O Professor Dr. Haroldo Nobre Lemos participa do documentário em comemoração aos 25 anos da Associação de Docentes do Colégio Pedro II (ADCPII), onde leciona desde 1981. O Colégio Pedro II é uma tradicional instituição de ensino público federal, localizada na cidade do Rio de Janeiro. Foi fundado ainda na época do período regencial brasileiro, em 1837.