segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

E AS GREVES VIRÃO...FELIZ 2011, DONA DILMA.


   Os que me conhecem sabem que nunca fui afeito a movimentos políticos que envolvam paralisação de nossas atividades. Greves de professores e médicos jamais contarão com a simpatia, ou melhor, com a adesão popular. Mormente em um País no qual esses dois setores vitais padecem de males perenes, sem solução a curto e médio prazos. Muito ao contrário, as perspectivas são as piores possíveis.




   Se Dona Dilma pudesse, de certo, faria com que o curto reinado de Momo jamais terminasse Brasil afora, ou ao menos, ficasse um pouco parecido com aquele que ocorre na Bahia e dura mais de um mês. Porque após esses quatro dias de folias que se darão em março, começarão a pipocar os movimentos sindicais, a movimentação do parlamento (leia-se oposição) pelo aumento do salário mínimo, os dissídios e tais.



   Um sem número de articulistas, PhDs e expertos de todas as áreas têm sido pródigos em dar conselhos e traçar possíveis diretrizes para Dona Dilma seguir em 2011, com forte ênfase na área econômica.



   Embora muitos divirjam em alguns aspectos, praticamente todos os comentários acabam desaguando no fato de o ex-presidente Lula haver criado uma máquina estatal que sequer cabe no PIB. Os cargos comissionados aumentaram de forma vertiginosa nesses últimos quatro anos. Nada demais até aí, pois isso faz parte do jogo das coalizões para eleger o sucessor. Mas elas não precisam ser necessariamente mantidas uma vez que se tenha obtido a vitória. Parece que Dona Dilma esqueceu esse axioma da política que é sujo mesmo, mas compõe o tabuleiro do xadrez democrático, há séculos, mundo afora. A goela dos aliados é enorme e não se contentaram com os ministérios e secretarias, isto é, os cargos do chamado primeiro escalão. Querem mais, sempre mais, sobremodo a grande prostituta da história política brasileira que atende pela sigla de PMDB.



   E Dona Dilma que sonhava com um segundo escalão altamente técnico, meritocrático, onde na escolha dos nomes prevaleceriam a experiência, o conhecimento e a competência, teve de forma inédita, quase revivendo o “...nunca antes na História deste País...”, que interromper o processo como se questões vitais pudessem esperar passar a quarta-feira de cinzas. Mas foi o que se deu e o que virá depois é do mais absoluto mistério.



Mas algo parece ser inevitável. Um movimento de paralizações e até greves em diversos setores. Naqueles menos aquinhoados com investimentos robustos e nos que ainda padecem do câncer da corrupção. De plano, identificam-se a Educação, a Saúde e a Previdência.



Neste panorama e quase que instantaneamente surgem os arautos da agiotagem oficializada, os banqueiros e os jornalistas que trabalham a seu soldo -- Dona Miriam Leitão é a mais devotada --, apregoando um rigoroso ajuste fiscal, uma ferrenha contenção de gastos públicos que farão vítimas primeiras os professores, os médicos e os aposentados.



E o mercado, esta poderosa entidade metonímica, a braços com o sistema financeiro, ao invés de serem servos da economia real (como ensinava Keynes) cuidarão de seus próprios interesses, tal como fez de forma traiçoeira e covarde a classe política. E que ninguém se iluda achando que o Executivo não gostou desses malsinados 60% de aumento safadamente estendidos a seus membros titulares, prepostos e assessores em turbinadíssimo efeito cascata.



Um festim diabólico a iniciar um ano que promete. Só não sei bem o quê.



Em, 10 de Janeiro de 2011, do saudoso Estado da Guanabara.



Prof. Dr. Haroldo Nobre Lemos.


PS: A tragédia se deu no último dia de votação na Câmara, no apagar das luzes o plenário aprovou o projeto de aumento de 61,83% nos salários dos próprios parlamentares, de 133,96% no valor do vencimento do presidente da República e de 148,63% no salário do vice-presidente e dos ministros de Estado. O projeto iguala em R$ 26.723,13 os salários dos deputados, dos senadores, do presidente da República, do vice e dos ministros do Executivo.

5 comentários:

Zé Marx disse...

Artigo excelente, professor.

Maxsuel Siqueira

Profª. Marilene Carvalhal disse...

Essa votação absurda vai render muita greve por melhores salários.
E o Lula, ainda fez gracinha após a votação, declarando que logo agora ele iria sair.
Falta total de respeito.
Grande abraço.
Marilene Carvalhal

Anônimo disse...

E a educação cada vez mais no ralo. VERGONHA!

Márcia Nogueira

Bruno Scheuenstuhl disse...

eu quero mais é que a dona miriam leitao vá pescar em outra praia. ela e mais um grupelho de idiotas de um certo canal de TV que todos os dias visitam nossos lares.
bruno

Anônimo disse...

Professor, gostei muito do seu texto, muito bom.
desde Janeiro o sr. ja sabia o que iria acontecer.gosto do jeito de escrever.

Yuri 2204